Godofredo Singelo. De nome apenas. Porque tudo neste monstro se complexificava à medida que o íamos conhecendo.
Apareceu vindo do nada. Para o nada ia.
- Um homem sem objectivos não pode ser feliz, apregoava o meu salvador.
Godofredo esboçava um sorriso e, de uma forma subtil e ardilosa, refugiava-se no silêncio como melhor estratégia de defesa.
Conhecemo-nos numa feira de Primavera. O sol rompia ousado por entre o imenso verde das folhagens e com os reflexos, o cheiro da relva, o chilrear de pássaros e passarinhos, tudo parecia mais bonito e possível.
Chocámos ofuscados pela claridade e depressa o meu salvador fez as apresentações. Após uma breve troca de cumprimentos, o meu salvador convidou-o para nossa casa... eu disse nossa, não disse? É incrível como posso pensar assim, depois de tudo o que se passou... mas enfim... para avançar com a minha narrativa, que já vai longa, posso afirmar que o senhor Godofredo Singelo se mostrou um perfeito cavalheiro. Inteligente, culto, atento, observador. Nas primeiras semanas de convivência encantou mais o meu salvador do que foi encantado, todavia, o fascínio era recíproco. Muitos dos jantares no grande salão terminavam já depois do sol renascer, envolvidos em fumaradas pouco inocentes e embebidos numa amizade crescente e poderosa. Era como se aquelas duas figuras potenciassem pelo convívio, o melhor de cada um. Mal percebia eu que causavam também uma estimulação da maldade escamoteada de ambos.
Apareceu vindo do nada. Para o nada ia.
- Um homem sem objectivos não pode ser feliz, apregoava o meu salvador.
Godofredo esboçava um sorriso e, de uma forma subtil e ardilosa, refugiava-se no silêncio como melhor estratégia de defesa.
Conhecemo-nos numa feira de Primavera. O sol rompia ousado por entre o imenso verde das folhagens e com os reflexos, o cheiro da relva, o chilrear de pássaros e passarinhos, tudo parecia mais bonito e possível.
Chocámos ofuscados pela claridade e depressa o meu salvador fez as apresentações. Após uma breve troca de cumprimentos, o meu salvador convidou-o para nossa casa... eu disse nossa, não disse? É incrível como posso pensar assim, depois de tudo o que se passou... mas enfim... para avançar com a minha narrativa, que já vai longa, posso afirmar que o senhor Godofredo Singelo se mostrou um perfeito cavalheiro. Inteligente, culto, atento, observador. Nas primeiras semanas de convivência encantou mais o meu salvador do que foi encantado, todavia, o fascínio era recíproco. Muitos dos jantares no grande salão terminavam já depois do sol renascer, envolvidos em fumaradas pouco inocentes e embebidos numa amizade crescente e poderosa. Era como se aquelas duas figuras potenciassem pelo convívio, o melhor de cada um. Mal percebia eu que causavam também uma estimulação da maldade escamoteada de ambos.